RUMOR
Há uma vaga mais
Uma onda logo ali
Uma memória de ti
Uma parte do cais
E a longa travessia
Por tanto mar
Dois pontos desiguais
Bruma e melancolia
E lágrimas no olhar
E partir nunca é regressar
Nem do areal invadido
O sal arde a ferida
E a alma perde o sentido
Que a morte traz à vida
Nem o tempo esquecido
Invade de odor
A identidade da maresia
A sombra e o rumor
No todo ou em metade
Verdadeiro
O cheiro a metal
A densa agonia
Em dias de nevoeiro
No areal
A química carnal
Sensível escrita poesia
Ardente
Das águas salgadas
A latejar
Cerrada espessa quente
Uma névoa fina
Parece murmurar
Secreta confidente
Divina
Altar de pranto
Veste-lhe o manto
Rumor ou prece
De neblina se tece
...
musa
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