quinta-feira, 5 de outubro de 2017

ALVORADA ESCRITA

ALVORADA ESCRITA

Há caligrafias escondidas
Na orla marítima
desfeitas as marés
dos teus abraços
Murmúrios de palavras escritas
Com o sal das lágrimas e dos cansaços
E sombras feitas dos teus passos
A vaguear migrações e delírios
De vagas e de martírios
Nos teus olhos de mar

Nevoeiros densos e doces neblinas
A esconder da vida silêncios do areal
E o pranto salgado do olhar
E das areias sibilinas
A luz irreal
De alvoradas por nascer
Que as manhãs acontecidas no litoral
São feitas de espessa derme
Que as faz estremecer
Matiz alvura claridade
A húmida madrugada treme
Esteio cinza do tempo
A escuridão a fenecer
No seio intimidade
A maresia a tingir
A humidade a escorrer
O sentimento
E o sentir
  
musa

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