quinta-feira, 5 de outubro de 2017

OUTONO

OUTONO

Tua alma de pássaro que ainda não partiu
E estende sobre o chão poesia
Folha de ouro em infinitos dourados
E o vento em lambidelas furtivas varre com a mão
Memórias incendiadas de melancolia
E das copas despidas como ponte que ruiu
As aguas em gritos continuam a correr
E os olhos tingidos de sois lacrimejados
Acendem fogos de lavas a escorrer
E um vendaval fustiga a alma desnudada
E o pássaro perde as penas
Exausto parece morrer
Na espuma do silêncio esquecido
A gritaria das chamas em exumação
Esvoaça o sentido
Na fogueira mansa iluminada
O outono dos versos a cair dos poemas
As palavras a mudar de estação
Alaranjados amarelos ocres vermelhos
Crepuscular iniciação da eternidade
A secular treva dos vales já tão velhos
A historia é uma folha caída
De nuances de intimidade
No outono da vida
...
musa

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