quinta-feira, 5 de outubro de 2017

FURACÃO

FURACÃO

Caminhava descalça por entre os ventos despidos
A pele do corpo uivava as lágrimas e os sentidos
O chão tremia e as casas desmoronavam-se
Havia melancolia e os medos amotinavam-se
Adentro a alma perdida era um lugar só
A terra ferida lama e lodo feita pó

A carne gemia o silêncio das dores adormecidas
As casas tombavam como baralhos de cartas
As árvores deixadas para trás esquecidas
Gélidas molhadas desfaceladas ofendidas
Desorientadas desobedientes insensatas
Caíam por terra como tantas vidas

Redemoinhos de cores rubras e alaranjadas
Varriam os céus em fúria tempestiva
A loucura demolidora enfurecida
Do mar destruindo sonhos e casas
Fronteira a fronteira sem parar
Com ordens para matar

musa

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