quinta-feira, 5 de outubro de 2017

ÍNTIMO CHÃO

INTIMO CHÃO

Porque venho sempre a este lugar
Sentar-me no chão das memórias
Que têm as tuas mãos o teu rosto a tua voz
O teu cheiro o teu sorriso o teu olhar
A cumplicidade das nossas histórias
E tanto mas tanto de nós

Por que foi onde primeiro te vi
Metade terra metade céu metade mar
Das metades que por metades senti
Das palavras dos versos do murmurar
Dos verbos de silêncio e loucura
Do amor que construí
De espera por conjugar
Onde a poesia perdura
Com sentido e sentimento rimar
Do poema à paixão

Por certo este lugar
De areia água salgadas pedras e maresia
Tanta terra tanto céu tanto mar
É ninho de eternidade e melancolia
Pouso de aves em migração
Lugar que jamais vou esquecer
A alma e o corpo possam repousar
Talvez um dia
Se saiba a intimidade e o prazer
Que a meiga solidão
É vaga que se veio perder
Aqui neste intimo e infinito chão
Para de amor morrer
...
musa

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