quinta-feira, 5 de outubro de 2017

POEMA PARA UMA NOITE MAIS CEDO

POEMA PARA UMA NOITE MAIS CEDO

Finda-se Agosto com tardes escuras e horas com pressa
De arrumar as sombras no pálido chão das ruas estreitas
Com esquinas a fazer de clareiras onde a floresta começa
E os bairros abrem as janelas com vasos com que enfeitas

Versos de odor a floridas palavras a desabrochar mil luas
E dias tão curtos que apetece hibernar em colo de poesia
Aonde se chega pelo silêncio da claridade de mãos nuas
E uma luminosidade a orvalhar os olhos de melancolia

Como se o equilíbrio do verso na rima dos sentidos
Trouxesse o espanto em lágrimas por sorrir
E anoitecer antes do poema fossem esquecidos

Os dias que já não são longos de mais para viver
Porque a noite perdida chega mansa ao sentir
E a falta de luz é somente o começo do ser

musa

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