sexta-feira, 18 de agosto de 2017

NEGRO LUTO

NEGRO LUTO

Vestem as árvores vestes labaredas
Vestidos chamas fogosos rendados
Tecem alaranjadas fogueiras acesas
Seda como lava a devorar bordados

Saias frondosas a rodopiar o vivo lume
Corpetes de seios troncos volumosos
Xailes a cobrir o medo raiva dor ciúme
Suando-lhes a pele e os olhos chorosos

No tecido de verdes ramagens a escorrer
Incendiando de línguas de fogo a folhagem
Toda a floresta se despe em negro luto a arder

Nuas as árvores morrem como tições despidas
Trazendo inóspita dor à moribunda paisagem
Ao olhar como se possível fosse tais lições de vidas
...
musa

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