sexta-feira, 18 de agosto de 2017

MAL DE POESIA

MAL DE POESIA

Não é o amor que me traz tristeza
Pranto dor angústia ou melancolia
É da vida esta ingrata insatisfação
Que alimenta a alma de triste poesia
A viver estranhamente de incerteza
No silêncio das palavras em solidão

Como se um doce prazer pelo punho da mão
As palavras incertas ao correr da pena
A falar por mim o que diz o coração
Numa linguagem sensível e serena
O sibilar de tantos anos de sentidos
Do tanto que se escreve num único poema
Os olhos desnudos e despidos
De tamanha nostalgia

Do que o olhar enfrenta no infinito do dia a dia
Talvez o maior sentir da inspiração
Seja mesmo essa tal melancolia
Ou a saudade do que se não viveu
A intimidade do que se fingia
A negar a sorrir a solidão
De um amor que nunca aconteceu
A mais secreta paixão
Que a vida proibia
A mais discreta ilusão
De uma certa fantasia
Inusitada e poética
...
musa

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