quarta-feira, 9 de agosto de 2017

DA GRANJA A SOLIDÃO

DA GRANJA A SOLIDÃO

Todo o areal conquistado
Tem a jóia o pranto da escadaria
O sal das lágrimas derramado
Nos versos loucos da poesia

E o poeta solitário frente ao mar
A bucólica paisagem rasgada
Por um comboio a passar
Entre a praia e a estrada
Bebe do sossego a solidão
A luz esmaecida a tingir
A tarde a querer a escuridão
Os versos o pranto do sentir
Pelo punho cansado da mão

Vem de longe a poetisa brisa
Distante a cobrir a imensidão
A neblina dançante desliza
E a Granja se parece noiva no altar
Ao subir a escadaria tão molhada
Das ondas que a estreitam de abraços
Da melancolia dos cansaços
Dessa agonia em lágrimas devassada
Pelas vagas de sal e espuma choram
A terra assim atravessada
O comboio que as marés demoram
...
musa

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