LONGURA AZUL
lá longe
as luzes amorfas
vigiam a escuridão
num ocre alimonado
a estrada curva a aragem
negras pedras da maresia
jaz a escura sombra do silêncio
riscada de faróis inquietos de fuga
trepida o comboio na linha junto ao mar
a noite enfurecida vai numa viagem sem fim
espera amanhecer o tempo curvado de neblina
são assim os dias entre o campo e o areal
onde a praia rumina as rochas salgadas
com o vaivém das ondas fugidias
a cada vaga a aragem morre
onde o tempo lacrimeja
uma cor enevoada
o escuro da luz
nuas trevas
distantes
...
musa
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