filha de um rio
da nascente ao mar
a um colo foz
percurso sombrio
doce recordar
embargo da voz
meiga lentidão
leito serenidade
rio solidão
flor da idade
margens de sentidos
nos teus olhos um poema
e todos os caminhos percorridos
a embargar-te a voz serena
incapaz de cumprir
existência ou sentir
desse nosso olhar
a existir
como acreditar
em doce inocência
loucura transparência
fica a imaginar
profundo grito
tudo o que ficou por dizer
sabes… ainda acredito
que existem sonhos por florescer
no sopé das arvores de frondosa sombra
tapete de violetas
e não haverá olhar que esconda
onde deixamos nossas recordações secretas
as memórias como borboletas
a querem voltar
em doce corropio
o passado sombrio
agora a clarear
loucura
ternura
sim… veio para ficar
no meio de nós
no embargo da voz
…
musa
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