TRISTE LUZ
Nos fiapos da solidão que se
ampara de mim desprendem se tristezas evadindo se de silêncio no olhar a lugar
algum que eu não saiba sentir.
Esta insatisfação que se apodera
de mim mostrando-me a estranha sensação de nada ter e quase não ser além de
pedaços trémulos de uma vida que se deixa viver.
A visão conturbada e bruxuleante
de uma chuva de memórias que teimam ser e o sentir de todos os dias sem mudar
uma vírgula dos sonhos arrumados na gaveta das necessidades ao fundo de
inocentes saudades sem tempo de se iludirem.
Tenho um frio entranhado no vazio
do olhar que ninguém parece entender e o sorrir escondido por entre a pele
engelhada dos gritos abafados pelo calor de um Abraço por dar.
Nem dos beijos perdidos por entre
lembranças sobram as palavras aprendidas em silente ilusão das desgarradas dos
segredos nunca inventados em lábios formulados de sentimento a desfalecer
agonias tímidas.
No fundo sobra a angústia de um
final que tarda em acontecer pela magia das alvoradas despidas de afetos
incumpridos no cerne melancólico da sensibilidade indicando o caminho de luz em
busca de merecido descanso.
Sinto me tão cansada... e só...
…
musa
Só tu para transformar assim a tristeza...
...Em belo...
Beijo-te... Silenciosamente...
António
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