quarta-feira, 19 de março de 2014

PAI DO CAMPO – FELIZ DIA DO PAI

Eram verdes os campos trazidos pelo teu olhar
Campinas de trigo soltas das tuas mãos
Eram agrestes as terras onde ias mondar
As ervas os caminhos dos sentidos em grãos
Nos sulcos da pele fendidos passos por caminhar

As olgas os prados as cortinhas as leiras as terras
Alimentadas de rios ribeiros poços noras chuvas
Tinhas nos teus olhos a longura esquiva das serras
A ternura do sentir quantas vezes em lagrimas turvas

O campo corria-te o sangue e fazia da tua pele paisagem
Não havia horas nem te marcava o tempo do teu existir
Toda a tua vida Pai era uma infinita e longa viagem
Que o campo imprimia no teu olhar doce intenso sentir
E a paternidade era a força do braço húmida estiagem
Que as palavras amanhadas de amor pudessem consentir

Sabes Pai do campo quantos abraços ficaram por dar
Quantos abraços enternecidos pela meiguice do teu cansaço
Quantos abraços além do colo ficaram presos no teu olhar

Há no amor de um Pai do campo um poema em laço
Que ficou por desatar

musa
(em dia do meu aniversário, com meu bisavô João... meu Pai do campo)

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