sexta-feira, 7 de março de 2014

GRITOS E SOMBRAS

GRITOS E SOMBRAS

Desfalece em desmaiada cor o grito que fere a rasgar
Silêncios incontidos de uma dor que parece sangrar
Sombras carne e sentidos em tons de azul e vermelho
Este sentir quase nada em vigor demasiado gasto e velho

Espelho feito sombras e cambraias transparentes
Tinge a luz raiada de um secreto enamoramento
Como claridade caiada de cores húmidas quentes
Humedecesse luminosa cor o grito do pensamento

E as sombras feridas mancham esse chão de sentidos
Jaz no umbral das transparências fina flor escuridão
Como se os gritos mudos fossem no silêncio proibidos

Traída a luz ensombra olhar fecundo sentir desfalecido
De penumbra esmaecida a sangrar o corte da desilusão
Que o nó na garganta acolhe em engasgado gemido

musa

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