Galeria
Vieira Portuense
TRAINEIRA
DA TARDE
Eram
azuis os entardeceres
Quando
te olhava na parede
Imortal
traineira da tarde
Um
corpo de riscos e tintas
Esquisso
de aconteceres
No
convés estendida a rede
No
horizonte um sol que arde
No
olhar imagem que consintas
E
havia lilases matizes e negros
E
havia na tela ainda os medos
De
mares sem tempo viajados
E
havia na tela ainda olhares marejados
Mistura
de cores e lagrimas choradas
E
havia ainda as mãos manchadas
De
sentidos e pensamentos afogados
E
no fundo profundo da tela colorida
Brilho
pátina de lembranças iluminadas
Riscada
em pinceladas de azul a vida
Entre
sois de desassossego despontados
E
o murmurar do encantamento
Cascos
de sal e vento mareados
Vagabundeando
o deslumbramento
Errante
desnortear do sentir
Há
na tela acesa de azuis o chamamento
E
esta saudade da traineira ainda ver partir
…
musa
2 comentários:
Fantástico. De facto, uma poetisa de corpo inteiro.
Parabéns, Ana Bárbara.
Fantástico. De facto, uma poetisa de corpo inteiro.
Parabéns, Ana Bárbara.
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