quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ESPERA

Dócil matiz do mar sossegado
Bordado de vento em maresia
Há no horizonte um barco parado
Esperando a madrugada fazer-se dia

Aguarda-o a terra num abraço de porto
Aclarado anoitecer em olhar fantasia
O casco rasga vagas de um mar absorto
No sal de tantas lágrimas com selo de agonia

Na boca suspiros de gente levada ao cais
Lavada de choro em sufocada alegria
A espera faz brilhar gume de punhais
Cravada no sentir em palavras poesia

Amarra na chegada sonhos de paragens
Cordas soltas de missão cumprida
E na incerteza a solidão de tantas viagens
Assim é o pranto da alma incumprida

musa

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