Mostra-me
os teus olhos impenetráveis
Quase
etéreos quase flóreos quase intocáveis
Deixa-me
neles afundar
Impenetrável
olhar
De
um castanho mudo
De
um eco aturdido
Quase
silencio sentido
Quase
secreto absurdo
Que
não se consegue tocar
Sobre
o teu corpo esgotado
De
um amor por fazer
De
um corpo por amar
Olho
adentro teu olhar cansado
Morro
nele o meu prazer
De
desejo a inundar
Térreo
acastanhado
Quase
oiro quase mel
Verto
nele a minha pele
O
rio que te corre na mão
Faço-me
nascente
Nesse
olhar profundo
Sentes-me
húmida quente
Na
origem do mundo
…
musa
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