segunda-feira, 30 de março de 2015

ALVORADA

Arde-me o peito em lento fogo agonia
O ventre menstruado da escuridão
Luz das trevas que negro sangue alumia
Consumida a carne de dor e podridão

Desferida a lâmina em seio duro excitado
Jorra o leite aceso da madrugada fria
Húmida espessa bruma cobre o lago enevoado
De cal ardida silêncio sêmen e euforia

Fútil erecção da estéril luz da alvorada
Que assim se faz mulher de hímen rasgado
E sangra luminosa a manhã despontada

Tinge a negra escura hora de sangue vivo
Da mais branca cal em chão manchado
De dor arrependimento e golpe desferido
...

musa

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