sexta-feira, 27 de março de 2015

CANSEI

CANSEI
Cansei me da vida
Já não acompanho ninguém
No pó dos caminhos perdidos
Faço me morte esquecida
A saudade de alguém
As lágrimas os sentidos
Que me chamam do além
Ao palco em despedida
Onde há palmas também
E gritos por viver
Foi longa e profunda a caminhada
Por veredas de palavras desbravadas
Agora só apetece é morrer
Nos olhos a tristeza descerrada
O pano tombado em fim de cena
Personagens amargamente encenadas
O assobio que em provocação condena
O cenário das palmas assim caladas
E morre o teatro da solidão
Das peças nunca mais lembradas
Onde representar pode ser paixão
As vestes de raiva e dor rasgadas
Quando cansada chegar ao fim
E hoje terminada a função
Retiro me do palco silenciada
E morre dos personagens parte de mim
A vida é um teatro feito de nada
...

musa

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