domingo, 8 de março de 2015

MULHER

Sangram rubras rosas perfume
No leito mensal da criação
Acende a deusa o lume
Do fogo da procriação

E no inicio do desejo ateado
O corpo e a alma aberta
Na meiguice sedução
Ao ser emancipado
Pela porta secreta
Do único pecado
A maça condição
Do gozo trincado
Oferecido à mão

Aos olhos ímpar nudez
Teu corpo de sedução
Caído o véu da timidez
Casta e pura negação

O ventre de luz fecundado
Pela semente da razão
Na tua boca degustado
Dos seios o leite vertido
Tolda-te o sentido
A vida ou a paixão
Teu jeito incerto de mulher
No rosto tão vincado
O desejo escondido
A real ilusão
Teu gozo consagrado
Tua vontade ou prazer
Teu segredo confundido
Com a inocência do ser
Semelhante mulher
Fruto proibido

Quis o Éden ter-te em seu jardim
Nessa vergonha tímida desobediente
A loucura do bem e do mal sem fim
Na árvore do conhecimento inocente
...
musa

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