No
caminho das sombras a luz compôs
Onde
as planícies tingidas de sol dourado
A
noiva sobre a terra em flor depôs
O
ramo enfeite estevas giestas um cardo
O
entardecer levou o corpo do planalto
Aos
montes resta a saudade umbilical
Eleva
se o espírito lá no alto
Sobre
a seara do estio tão carnal
Tanto
frio agora que ameaça primavera
As
lágrimas da chuva em pranto verso
Da
terra rude profunda e tão severa
Poema
imortalizado no sentir disperso
Assim
fica mais pobre a eternidade
A
carne a alma essência âmago sentir
Talvez
o tempo se demore na idade
Com
tempo de trazer caminho a cumprir
Se
o fiz ainda do voo das andorinhas
Com
as penas esvoaçadas pelos montes
As
fraguas as mágoas assim tão minhas
Recolhem
fresca água do leito das fontes
São
lágrimas terra acolhe as no horizonte
Doce
noivado do chão até ao céu
Fazendo
das palavras essa ponte
Do
verso iluminado que é tão meu
É
aqui a memória feita torga sol e pedra
Sete
palmos os versos das sombras doloridas
Quando
eu morra a voz suba enfim a serra
E
deixes as sombras assim sentidas
...
musa
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