segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

BAIRRO DE MAR

BAIRRO DE MAR

Antes que o tempo o dê por esquecido
Moro num res-do-chão
Onde o sossego é deprimido
Não mais do que três andares
As escadas pertencem ao cão
Comigo estão a vizinha da frente
Que só fala se tu lhe falares
Na esquerda a vizinha contente
Passeia o cão todo o dia
É uma rua sem saída com cheiro a maresia
Um bairro quieto diferente
Muito perto do mar
E o comboio sempre a passar
Sossego e serenidade de campestre veraneio
Vêem se as estrelas e ouve se o galo em grito enleio
Amestram se as gaivotas e soltam se palavras selvagens
E a todas as horas lembram se viagens
Instantes momentos a divagar
A estrada e o comboio fazem cantoria com o ondular
Das aguas salgadas das praias e das dunas
A vida numa rua com um pouco de sol e vida
Janelas abertas esvoaçando espumas
Sobre o oceano a lua e em terra a noite perdida
Os vizinhos adormecidos e os meus sonhos perdidos
No rés do chão vive a solidão
Na poesia os versos sentidos
...

musa

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