BAIRRO DE
MAR
Antes que
o tempo o dê por esquecido
Moro num
res-do-chão
Onde o
sossego é deprimido
Não mais
do que três andares
As
escadas pertencem ao cão
Comigo
estão a vizinha da frente
Que só
fala se tu lhe falares
Na
esquerda a vizinha contente
Passeia o
cão todo o dia
É uma rua
sem saída com cheiro a maresia
Um bairro
quieto diferente
Muito
perto do mar
E o
comboio sempre a passar
Sossego e
serenidade de campestre veraneio
Vêem se
as estrelas e ouve se o galo em grito enleio
Amestram
se as gaivotas e soltam se palavras selvagens
E a todas
as horas lembram se viagens
Instantes
momentos a divagar
A estrada
e o comboio fazem cantoria com o ondular
Das aguas
salgadas das praias e das dunas
A vida
numa rua com um pouco de sol e vida
Janelas
abertas esvoaçando espumas
Sobre o
oceano a lua e em terra a noite perdida
Os
vizinhos adormecidos e os meus sonhos perdidos
No rés do
chão vive a solidão
Na poesia
os versos sentidos
...
musa
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