Sei das tuas casas em pedra d'ançã
Ruas que tiveram meus passos
Sei-te de cor na fria manhã
Os riscos os traços
De negro era a sombra que te descobria
Prenhe de sonhos que queria vender
O Sena aos meus pés sereno corria
Rio selvagem de luz sem o ser
Os cheiros os rostos os nomes provocados
Tudo na cidade é em mim fantasia
Sei-te de cor de olhos fechados
Num travo de mel rubi malvasia
Paris que me tens de corpo e alma em ferro forjado
De formas esculpidas sombra de mulher só
Meu sonho lá ficou na cidade guardado
Como terra que sou e terra que será pó
Cálice de um vinho ainda por beber
Os lábios sangrentos os olhos chorados
No teu chão fui mulher no teu chão vou morrer
No teu chão estão guardados
Os sonhos que não vou ter
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