sexta-feira, 22 de agosto de 2008

BUENA DICHA

Pede a uma cigana que leia tua sina
São leituras sábias as dessas mulheres
Dá-lhe a tua mão ao cruzares a esquina
Mas não lhe dês os olhos se tu não quiseres
Cuidado com ela
Não lhe dês a alma
Esconde o teu olhar
Procura na mão a linha paralela
Aquela que salva
Quem te vai matar
E se esconde nela
Só para te roubar
Deixa-a amaciar teus desejos teus sentidos
Verter na tua pele sonhos prometidos
Deixa-a cruzar as tuas linhas
Contar-te de um futuro que tu já não tinhas
Ah, cigana lê-lhe a buena dicha do seu coração
Diz-lhe que sou eu que estou no seu caminho
Conta-lhe da vida que vai ter e eu não
Se ele não me quiser mais no seu destino
Coloca meu ser minha alma na sua cabeça
Olha a sua pele cor de terra e de fogo
Suas muitas saias todas coloridas
Deixa-te ir nas regras desse jogo
Deixa que te conte das tuas muitas vidas
Ser seu amor mesmo que não pareça
Ser sua esperança que lembre que esqueça
Ser a sua sina de muitas almas tidas

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