sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Mulher

Ah! mulher, por onde espraias as tuas ancas
nas vagas mansas do teu ser
nos pés um belo par de chancas
na flor do teu corpo teu querer
no teu peito dores tantas
meia de vidro por coser
na teia de linho tu fazes mantas
pelo teu olhar a humedecer
corre o riso das crianças
os temperos do comer
as tuas muitas andanças
o desejo a florescer
e à noite
deitas-te só
acordas cedo e mal dormida
esqueces o medo limpas o pó
fazes a comida
e o teu corpo de novo adormece
no embalo do teu choro triste
de mágoas que a tua vida tece
de palavras que sentiste
a uma dor que te obedece
uma alegria que nunca viste

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