PENAS DA ALMA PARA A MÃO - papiro editora TEU CANCRO MEU - papiro editora RUSSA A BURRINHA TECEDEIRA - papiro editora À FLOR DA PELE DOS SENTIDOS DA ALMA - pastelaria studios editora
domingo, 31 de agosto de 2008
Santa Teresa D'Ávila
Pranto de Moema
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Parto do Pranto
deixa-me ter nos teus braços o parto do pranto
no teu olhar deixa rebentar as águas em delírio e encanto
abrir as pernas em doçura ardente
dentro do meu peito sentir tão quente
nasceres em mim
abrir-se a alma como entrada nas fráguas
pedras escravas de todos os sentidos
de todas as mágoas
de todos os choros paridos
enquanto as ancas se aprumam no jeito
as carnes se alargam
se alagam em sangue no leito
espasmos em flor e uma a uma a contracção
as dores se afagam
voltam a vir
os olhos se apagam
para da dor saíres tu
e eu tanto te sentir
num parto de dor e comoção
o corpo extenuado nú
acabado de parir
uma paixão
PUTA PROMESSA A DA MARIA
Mulher
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Gazela Ferida
Quieta e mansinha de olhar meigo de muito medo
Depois desse longo caminho que da tua vida farás
Procurando o seu choro por sentir tanto mal
Na húmida terra vou deixando meus passos
Gravados todos os lamentos de gazela ferida
E das folhas soltas eu vou desfazendo os laços
Que me têm atada à secreta noite desta vida
OCULTA SOMBRA
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Fado do Encontro
ADEUS
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Noivado
ALMA
Na áurea luz dos teus sentidos deixa-me ser clarão de alma
Quero entrar no labirinto espiritual da tua alma e afundar-me dentro
Quero ser o teu centro
Fascina-me o nome alma quarto de palavras
Onde é seu aconchego entre as ervas bravas
Profundidade repleta de todos esses sentidos
Desperta espiritualidade dos sonhos prometidos
Expressão secreta nessas tuas faces duras e vagas
Interior orgásmico vertendo dos olhos prevertidos
Em todas as sensações que no meu corpo rasgas
Como véus mantos linhos voiles e sedas vestidos
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Pedra Negra
BUENA DICHA
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Pontão Nevado
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Alma Roubada
sábado, 16 de agosto de 2008
PAPYRU'S DE DOR E DE PAIXÃO
AMOR...
lambes na minha pele poeira de estrelas
e as tuas mãos nos meus seios marcadas
minha pele pulsante de tanto querê-las
nas tuas pernas meu corpo ao abandono
sobre ti esta carne apunhalada de prazer
corpo dor tão perdido sem rosto sem dono
entregue em tuas mãos apertando até doer
seguras meus seios contra a tua comoção
e escondes teu mastro túrgido possante
marcas no meu dorso teus lábios de paixão
na flor do meu corpo te entregas delirante
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
«Há poucos dias passaram-se vinte anos da nossa vida...»
Amor consigas...
Amor... consigas meu pensamento sobre meus seios cobertos de trigo
A alma em devaneios secretos quando não estou contigo
Consigas percorrer caminhos campos em flor pela mão do vento
Consigas deixar-me levar na limpidez da água dos regatos que rasgam prados de sede de amar por um só momento
Consigas na timidez do teu olhar envolver-me em última instância por um rasgo de luz a cintilar em brilho e elegância de sentimento
Amor... consigas penetrar a minha alma encontrada com a tua
Consigas vibrar o tempo de sedução e prazer na breve paixão da noite com a lua
Consigas esse tempo intacto na profundidade do meu silêncio penetrante tacto a tacto na raridade de um cometa distante
Consigas o cosmos de todo o meu ser pulsante em teus abraços sedutores de amante apaixonado por prazer sem hora sem laços apertados delirante de outros amores encontrados de um passado palpitante
Amor... consigas o pão da tua boca sobre a minha pele de fome ardente
Consigas então encontrar-te em mim até ao fim da tua vida insistentemente consentida em ter-me em ti por dentro por fora numa demora de tempo e instãncia de corpo e substãncia onde para amar não há hora
SEARA ÂNSIA
A TUA FÊMEA
terça-feira, 5 de agosto de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Meus sonhos de menininha
Paris que eu amo
Sei das tuas casas em pedra d'ançã
Ruas que tiveram meus passos
Sei-te de cor na fria manhã
Os riscos os traços
De negro era a sombra que te descobria
Prenhe de sonhos que queria vender
O Sena aos meus pés sereno corria
Rio selvagem de luz sem o ser
Os cheiros os rostos os nomes provocados
Tudo na cidade é em mim fantasia
Sei-te de cor de olhos fechados
Num travo de mel rubi malvasia
Paris que me tens de corpo e alma em ferro forjado
De formas esculpidas sombra de mulher só
Meu sonho lá ficou na cidade guardado
Como terra que sou e terra que será pó
Cálice de um vinho ainda por beber
Os lábios sangrentos os olhos chorados
No teu chão fui mulher no teu chão vou morrer
No teu chão estão guardados
Os sonhos que não vou ter
Saudades de um corpo roubado
saudades de um corpo roubado
na gaiola doirada de um sonho de menina
deixei o meu corpo transformado
mulher
luminura sagrada feminina
tanta foi a doçura que roubastes
o mel dos meus olhos que tirastes
o sorriso que dos meus lábios levastes
para um tempo que não quer ser mais meu
uma vida tão longínqua da tua
fui dada a Orfeu
por um quarto de lua
desflorada e prometida
aprisionada
fui mulher
pedida
em casamento
enganada
pela rua
uma qualquer
que o tempo
deixou
para trás
ficou
CÉU DE FOGO
Vou dar-te neste céu afogueado
pedaços da minha alma
meu corpo iniciado
em fogo sensual
ateado
Vou dar-me a ti por inteiro e repartida
primeiro o corpo
depois a alma
depois a vida
jogo ritual
vou dar-me sentida
em brasa incandescente
por ti perdida
ardente
sensual
pedaço de cor em fogo
o corpo inteiro
por ti morro a viver
por ti grito calada
por ti quero sem querer
sentido prisioneiro
desespero
afogueada
a minha alma se incendeia
com palavras de tortura
esse fogo que em mim ateia
tanta loucura
tanto querer
por ti
arder
domingo, 3 de agosto de 2008
Entre o mar e o céu
Entre o mar e o céu
a tarde quase a morrer
deu-me o tempo
a luz, o sonho e o momento
prestes a escurecer
viestes tu
desconhecido e ausente
sobre o areal tão nu
a minha alma a querer-te
o teu corpo presente
e as tuas mãos
falarei das tuas mãos com palavras vibrantes
e na areia perder-te
escorrendo entre os meus dedos
vagas de luz gigantes
o céu e o mar
e todos os meus medos
com o sol, partir
com o dia, chegar
dar-te em segredos
a alma o corpo o ventre carregado de excitação
serena
e toda eu me abrir
para ti
por pura e plena
paixão