quinta-feira, 2 de agosto de 2018

UMA LÁGRIMA AO ENTARDECER

UMA LÁGRIMA AO ENTARDECER

Na clareira da tarde
Ainda desaguam às vezes
As calmas águas luzidias
Das lágrimas da saudade
Versos de luminosidade
Nuances de poesias
Nesse peito foz
Feito um fogo aceso
E ao tempo preso
O grito sufocado já sem voz
No leito de um rio de intimidade
A solidão da árvore eternidade
Todas as águas por correr
Nas margens de todos os meses
Até ao entardecer
No pranto do fogo que arde
Todas as líquidas horas incandescentes
De um vento de ínfimas nudezes
Como se a lágrima despida
E as mãos ainda quentes
Trouxessem o sopro da vida
Em gotículas transparentes
Quando a tarde já se esfria
E a sombra abraça a luz
Deitando-se com a melancolia
E o soluçar conduz
Um verbo antigo
Fazendo do olhar
Terno lago abrigo
...
musa

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