AVÓ
De lenço negro e enrugadas as mãos doces e finas
Ainda o cordão umbilical a tecer rasgado sorrir
No olhar ternura antiga e véu de mansas neblinas
A saudade cravada na memória e no luto de existir
E sempre os abraços e o meigo colo ternurento
E a voz a amaciar birras e lágrimas de criança
E a sabedoria de preces e mezinhas e receitas do tempo
E a telúrica força a enraizar carinho na infância
De humildade e gratidão cada teu passo de vida
Cumpriste de coração o teu papel de avó
E talvez a eternidade te seja agradecida
Alma azul de cabelo branquinho e olhar sempre lacrimejante
Ainda que não estejas e o teu ser esvoace em pó
Eterno será o amor invisível e distante
...
musa
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