quinta-feira, 2 de agosto de 2018

SALA LARANJA

SALA LARANJA

Melódico choro lento
Sussurro gemer
Ébrio padecer
Diga-me o tempo
Quanto tempo de espera
Tempo que desespera
Em desumano viver

Um desmaio e uma cólica renal
Um atropelamento e uma queda na rua
Doença súbita e intemporal
O corpo que sua
A dor que tritura
Da alma e do mal
Da pele e da loucura

Tem a cor laranja
De um doido entardecer
O sabor agre da toranja
E a vida a desfalecer

Azáfama estridente em corropio caótico
Punção em flor de líquido amniótico
A dor secreta e íntima a nascer
Surto de gente a morrer
Resiliência humana
Essa vida tão estranha
O caos da sala triste
O sofrimento insiste
A cor alaranjada
Ah… se a vida fosse nada
musa

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