segunda-feira, 13 de agosto de 2018

PAPOILAS

PAPOILAS

Morre devagarinho seda brisa ruborizada
Campestre luminosidade de um entardecer no prado
Silvestre tonalidade  esmaecida matizada
Não mais selvagem e singela do que a flor do cardo

Vermelha a esconder da luz o ópio alucinante
Com que seduz as aves a esvoaçar o campo
De pétalas em fogo manso na seara ondulante
Como se o sol derramasse em chamas o seu manto

Encarnado e negro de fímbrias delicadas
Os campos de papoilas do Monet parecem cheios de borboletas
Esvoaçam como bailarinas aladas

Culpa da aragem em melancólica ventania
A contar sonhos e outras memórias secretas
Ou somente o vento a escrever poesia
...
musa

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