quarta-feira, 18 de novembro de 2015

VALA DE VERSOS

Palavras das trincheiras da alma
Em húmidas lágrimas do peito
A terra toda em vala de versos
O poema de tiros desfeito
A bala de gritos dispersos
O silêncio a calma
A morte o leito
E nada se salva

No sulco do poema imperfeito
O projéctil rima dos sentidos
Rasga com dor e defeito
A poesia dos gemidos
E sangra amor
Do verso a bala
Do sangue a cor
Do medo a fala
A raiva que ninguém cala
Os tiros perdidos
Os versos feridos
Os olhos vencidos
A desilusão indolor

As balas do torpor
Os homens que tombam no chão
As valas que se abrem à mão
Um dia o verso será flor
...

musa

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