quarta-feira, 4 de novembro de 2015

SETE VERSOS DE UM POEMA TRISTE

Abraçam-me a chuva e o vento
Humedece tristeza fria do olhar
De solidão se tece a incerteza
A brilhar manso o pensamento
De desilusão os olhos a chorar
Melancolia em toda sua beleza

O temporal gela-me o corpo frio
A chuva amanhecida frialdade
Vítreo baço rubro o olhar vazio
É só o espelho triste da saudade

É tudo o que deixas dentro de mim
Rios de lágrimas até à poesia foz
Poemas gritos desta paixão sem fim
Para viva memória ser palavra em nós

E o silêncio pesado espesso dessa loucura
Que o poema esmaece pranto imperfeito
É só uma lagrima colhida madura
Fruto orvalhado arrancado do peito

Tristeza em bando da alma escondida
Esvoaça feliz as horas da eternidade
Prende a paixao que sente pela vida
Nas asas da ilusão meiga cumplicidade

Abraça a angustia ausência triste
O poema que dos dias insiste
Lembrança demorada e dorida
E essa dor inteira que resiste
Vendaval a esventrar a ferida
Sangra a de choro assim sentida
Essa tristeza gélida e desmedida

Amanheceu a inquietude inverno
Serão assim os dias a esperar-te
A viver dentro de mim o inferno
Do choro triste de tanto amar te
...

musa

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