Quando eu
morrer
Sejam as
minhas cinzas raízes
De horas
sombrias infelizes
No chão
que me viu nascer
Espalhem
nas junto ao carvalho NEGRAL
Nas
lágrimas sede do rio Tuela
Gotas de
orvalho suspensas na janela
Abraços
do vento em frio carnal
E a nuvem
que passar diante da janela
Dêem lhe
as cinzas que restarem
No vaso
barro do meu chão
As cinzas
raízes que ficarem
Lágrimas
do carvalho solidão
No monte
entre fraguas à beira rio
Onde o
tempo fugidio
Seja
altar de oração
E se faça
perpétuo eterno
De raízes
cinzas de sentidos
Agreste
abraço do inferno
Por tais
caminhos perdidos
Pela mão
de Deus e do demo
E os
ventos espalhem a prece
Nas
margens árvores erguidas
Paraíso
da loucura
A luz da
alvorada que verso esmaece
A luz do
entardecer que sentir desfalece
As folhas
das árvores despidas
Não mais
do que o sonho desventura
As minhas
cinzas perdidas
Raízes de
ternura
...
musa