VÊM DO ALÉM OS POETAS
Esta noite era eu e mais alguém
Sentada a escrever da alma
inqueta
Florbela e o Nobre vieram do além
Transcenderam a luz noctívaga
secreta
Havia a solidão tão só meiga fria
e crua
Um tremor em jeito de aconchego
leve
A morte rondando a cintilar como
a lua
Um silêncio estranho na escuridão
breve
Florbela pálida entristecida
lábios arroxeados
Nas mãos o rosário de penas ainda
por rezar
E Nobre solitário com seus olhos
tão cansados
Trouxeram à noite poemas deixados
no altar
Vêm do além os poetas cansada me
sinto de os viver
Tantas as palavras assim
desterradas do seu leito
Os versos moribundos que não têm
onde morrer
Era eu e mais alguém e só ele
sabe pois estava comigo
Bate desassossegado a estremecer
de poesia o peito
Onde guardo poemas em secreto
descanso abrigo
...
musa
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