quarta-feira, 6 de maio de 2015

CERTEZA

Não me olhes com essa certeza
De que há flores a nascer das lágrimas choradas
De que as dores são pétalas desabrochadas
Na subtileza de jardins proibidos
Na maciez da aspereza
De que crescem sentidos
Da alma arrancadas
As palavras
Agora escritas de sofrimento e incertitude
Do sentimento a mesma inquietude
Restam somente as mágoas
E o perfume da dor
Sem sabor

E certa de que o pensamento floriu
De pequenos nadas em húmido pranto
Tudo o que o olhar já sentiu
Na certeza do desencanto
Que a flor cortada
Feita de nada
Duro golpe desferiu
Em poema botão
Fechada secreta beleza
Sem chegar a ser flor
De tão serena a dor
Florida ilusão
Certeza
...
musa

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