Carregas
o negro de há séculos vestido
Nas
malhas dos dias cansados de cerzir
Na ponta
das agulhas com que lavras o sentido
Mais do
que a conta dos dias que fias sem sentir
Para que
o tempo passe depressa pois tanto se demora
No luto
negro do peito em acinzentada malha
Bate
compassado desfeito a toda a hora
Um fio de
luz a lacrimar em doce poalha
Que
segredos deixas em tricotado sentimento
Na
luminosidade negrura da tua solidão
Onde cada
malha encadeia o descontentamento
Da viuvez
demorada na alma cheia de amor
Negra a
carne vestida pelo traje escuridão
A idade
de luto pela vida e pela dor
...
musa
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