segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

TALVEZ VIDA

TALVEZ VIDA

Estou cansada de inventar
Dentro de mim
Uma força que não tenho
Cansada de esconder lágrimas sem fim
De arrastar passos sobre a lama
De ignorar o caminho de onde venho
De urdir de analgésicos a trama
De dores no tear dos sentidos
Este aperto de alma no peito
Um cansaço sem tempo nem medida
A fadiga em silêncio e gemidos
Que o corpo adormece no leito
A invenção desmedida
A dor que me tortura silenciosa
Como se fosse a razão da vida
Um espinho doce da rosa
Que faz sentir a sofrer
Que importa assim viver
Essa dor preciosa
Talvez doçura
Talvez tortura
Talvez loucura
...

musa

1 comentário:

Odete Ferreira disse...

Vim relê-lo no teu espaço.
Já sei da tua qualidade poética e do teu sentir bem plasmada no verso; este tocou-me particularmente; demorei-me nestes dois versos:
..."De urdir de analgésicos a trama
De dores no tear dos sentidos" ...
Um bjo, Ana