INSENSIBILIDADE
A vida
serve-se fria e azeda
Insensível
e crua
Demasiado
cáustica e amarga
Angustiante
e leda
Destrutível
e desiludida
Um prato
cheio a transbordar
De
decepcionante sabor
A verdade
sentida
A verter
do olhar
Raiva de
dor
A vida
essa profunda insensibilidade
Que
tantos amargam de cor
Sabem-lhe
a habilidade
Do doce
ferir
Dócil
sentir
Dura
realidade
E mesmo
ninguém sendo perfeito
Espera-se
algum sentimento
A razão
de bater no peito
Mas
sempre impera o descontentamento
Ninguém
parece saber
Um
pequeno defeito da vida
Que um ou
outro possa perceber
Onde
tanto dói a ferida
Mói o
pensamento
Onde bate
o coração
O
compasso da desilusão
A vida
era essa centelha a brilhar
Quando
dizemos não estar bem
Um grito
de silêncio sentido a ofegar
Que
deixamos para a esperança ouvir
Nunca
ouvido por ninguém
O mundo demasiado
ocupado para sentir
Quando
estamos em sofrimento
Somente
queremos seguir viagem
E nesse
egoísmo a pressentir
Misericórdia
e dó
Morremos
a existir
Estamos
de passagem
Somos
apenas e só
Um
momento
A imagem
Da vida
...
musa
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