No
quarto onde nasci
As
rosas vermelhas trepavam à janela
Fundiam
aromas de aveludado odor
Da
casa em mim
Cresciam
outras brancas pequeninas ao lado do patim
Tombavam
na pedra fria pétalas de amor
Havia
rosas rubras rosas de marfim na casa amarela
Ainda
agora esse perfume senti
Como
se houvesse na alma um jardim
E
no olhar perdurasse a mais bela aguarela
Que
eu da memória nunca perdi
Perfumando
de saudade a minha vida até ao fim
Um
rasto de cheiros a lilás e rosmaninho
Que
eu do sentir nunca esqueci
Nuances
tonalidades mesclas carmim
O
brilho cintilante do aconchego desse ninho
A
infância em ternura do lar
Por
entre o roseiral a trepar
A
hera cobrindo a casa num abraço
Já
só resta dentro de mim
Fica
humedecendo o olhar
Brilhante
trêmulo enevoado baço
Sentido
inteiro profundo sem fim
Até
que o tempo o deixe ficar
No
meu regaço assim
Como
uma lembrança
Da
minha doce infância
Da
casa onde fui criança
Do
berço onde nasci
Do
chão onde cresci
...
musa
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