LAGO
DAS CINZAS
Há
cinzas no lago
Com
olhos da GESTAPO
Câmaras
de gás como afago
De
restos humanos a reciclar
E
a vida feita um trapo
Apenas
um corpo a aniquilar
Cinzas
de vítimas do crematório
Que
nunca foram a enterrar
Em
Birkenau o campo de concentração
O
tempo parece parar
Sombrio
desumano essa escuridão
Que
o cheiro inunda afaga o ar
De
horror desilusão
Que
nada pode apagar
Tão
estranho sentir
As
lágrimas a cair
São
cinzas da cor do silêncio cinzento
Um
aperto no peito uma dor a ferir
Dessa
barbárie perpétua no tempo
De
tantas vidas decepadas
Agora
as cinzas no lago guardadas
Que
brisa alguma do vento
Folha
de árvore a bramir
Dê-lhes
umas asas
Para
que possam partir
...
musa
—
em Auschwitz Memorial / Muzeum Auschwitz.
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