E
aqui na ombreira névoa da manhã húmida e fria
Remanso
os olhos aguados
Na
soleira das ondas perfumando maresia
Sento
a alma em regaços salgados
E
o corpo em profundo descanso
O
olhar leve e manso
Dos
abraços apertados
A
este intenso lugar
De
amanheceres enevoados
Como
lágrimas a brilhar
Entre
risos maravilhados
Por
tão belo despertar
Há
névoa nos meus olhos marejados
Um
nevoeiro de angústia e pranto
Por
tantos sonhos sufocados
O
silêncio inteiro do desencanto
Na
praia dos meus dias naufragados
Onde
a luz do sentir esmorece
E
o sol resplandece
Em
brilhos de prata e luz
Na
água mansa desfalece
O
raio de sol na contraluz
A
água em trilhos de sal a dourar
A
manhã de neblina fria
Que
a brisa quente começa a dissipar
O
mar que em terra se faz dia
Surpreendente
dourado amanhecido
No
olhar enternecido
Escreve
se poesia
...
musa
— em Praia De Brito, São
Félix da Marinha.
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