domingo, 25 de janeiro de 2015

NO CAMPO

NO CAMPO
No colo de Madrugadas quentes e de Entardeceres abafados
Havia o cansaço lento do olhar meigo da avó presa ao tempo
Essa terra semeada de abraços e beijos ternamente molhados
Envolvidos de perfume a campo agreste de mimosas ao vento


Pés no chão alma enchendo regos feitos pelo gume da enxada
As mãos doridas de cansaço e amor gravando a vida doce suor
No peito o sangue das mimosas vivas e da terra assim lavrada
Sulcos de sentimentos enterrados memórias de choro e de dor


A infância é uma casinha perdida no campo entre flores do regaço
Que abraça a fantasia onde repousa a terra dos restos da avó
No vale dos silêncios da ternura cheira a mimosas e ao seu abraço


Quando o olhar se perde na poesia das imagens dessa loucura
Soltam se as lágrimas da garganta feita angústia e apertado nó
Esta saudade eterna que de versos húmidos teima e perdura
...
musa



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