Talvez que eu morra no rio
Onde o sentir do pensar se tece
Nas margens da nostalgia
Crescem juncos de poesia
E toda a saudade desfalece
Há nos sentidos morte e prece
Há nos sentidos solidão e vazio
Há nos sentidos morte que apetece
Talvez que eu morra no mar
Onde a imensidão entontece
Em leito salgado e sombrio
E dê por mim a pensar
Que alma possa ser e naufragar
Com sentimentos velejar
Por águas profundas serenas
Nas doces margens amenas
Aí poder descansar
Talvez que eu morra na terra
Em chão fértil de saudade
Loucura d’alma perdida erra
Toda cumprida a vontade
Talvez que eu morra de mim
E afundada sem fim
Em terra no mar ou no rio
Talvez que eu morra assim
Em chão profundo e frio
Cravado no peito o punhal
Gélido pérfido o fio
No leito negro o missal
Nas mãos as flores do jardim
Talvez que eu morra de mim
Talvez que eu morra em Portugal
…
musa
2 comentários:
Gostei Ana Bárbara, gostei mesmo!
Também eu preferiria morrer no meu País, na minha terra, na minha cama...quem sabe!
Bjs.
M.M.
ISTO E LINDO!
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