Fui toda eu
A dor
O pranto
A pena
Escanzelada
Aberta ao mundo
E de repente
Tão cheia
Assim revelada
Como a feminina lua
Branca
E quente
Como a açucena
Por um segundo
Feia
Inchada
Nua
Os seios a rebentar
Todo corpo a arquear
O choro a gritar
O dique coração a transbordar
De amor
Não
A pele um lago de solidão
Onde navega uma alma
Prestes a naufragar
Sim
De tanta dor
Tanta calma
Sem razão
E a vida
Querendo nascer
Num parto
Que está para acontecer
Sublimação
Por fim
Sentida
...
ana barbara santo antonio, in "NÓS DAS RAÍZES"
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