Ai dos homens corpos de vento.../...
que dão o corpo à aragem do tempo.../...
e que com eles vou vaguear na brisa.../...
no seu olhar sou ventania.../...
paleta de cores que tamisa.../...
de luz corpos de fantasia.../...
palavra que sintetiza.../...
toda esta vontade de ser.../...
Ai dos homens corpos de lua.../...
em todos os quartos onde vou adormecer.../...
na volta de braços venho já cheia.../...
na volta de braços venho já nova.../...
na cama de corpos onde me deito nua.../...
recolho mel de beijos como da colmeia.../...
sou vinho velho degustado na prova.../...
sou tela a negro na folha crua.../...
Ai dos homens corpos de chão.../...
raizes soltas de passos de pressas.../...
formas deitadas na solidão.../...
bocas fechadas a muitas promessas.../...
e a terra húmida deixa nascer.../...
moldes vertidos em aço dormente.../...
sou tantos ramos a florescer.../...
sol de primavera já no poente.../...
Ai dos homens que dão suas palavras doces.../...
aos oráculos vivos da eterna pitonisa.../...
de todos os homens tu apenas fostes.../...
a musa imperatriz desta poetisa...
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