terça-feira, 23 de setembro de 2008

Corpo de Mulher Obscura

Um corpo de mulher na obscuridade das tuas mãos frias

Entregue à luz nascente de todo o teu cruel desejo

Num jogo de sedução envolvente de noites e de dias

À espera de carícias sensações e de um só beijo

Nas ruas sombreadas desse corpo amado da lua

As suas formas furtivas no silêncio de todos os gestos

Deixando-se apertar nos braços como mulher nua

Cumplice de mil vontades e de tantos outros sentidos despertos

No frio nocturno do teu perdido olhar dessa batalha

Pode ler-se as promessas de um amor de esperança

Mas o tempo revelou-te igual a reles escumalha

Abandonado no profundo remorso de infeliz infância

Amante perverso que tentarei esquecê-lo

Roubando-me sossego de versos e de prosa

Porque não soube guardá-lo jamais irei tê-lo

Amor que se fanou como se murcha uma rosa

Agora deixado o refúgio dos seus braços ardentes

Corpo de mulher obscura pensas ter guardado em segredo

No mistério deste encontro de vidas tão diferentes

Fica a marcha solitária a saudade de mão dada com o medo

Em todas palavras beijos que de nós ficaram para sempre ausentes

Ficam tuas promessas de me amares de verdade as loucuras as mentiras e todo esse enredo

As conversas delirantes futeis virtuais e tão de nós prementes

Tirados um do outro na malicia de um bruxedo

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