segunda-feira, 15 de maio de 2017

DE CERA

DE CERA

Lágrimas de fogo moldando em doçura
Que a pele dos versos poros sentimento
A respirar das chamas mágoas da ternura
Que a cera do sentir molda o pensamento

E transparece rosto frio lívido de serenidade
Enquanto desassossego secreto incontido
Lembra sulcos de vida a gozar-lhe intimidade
No silêncio de cera que esconde esquecido

Talvez os sonhos que deixou por aí em euforia
E o círio que ardeu em palavras por escrever
Foram somente versos a queimar de poesia

De cera o traço final da meiga eternidade
E a luz do olhar magnânimo ainda a arder
Em poético grito de cinzas pranto saudade
musa

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