DESILUSÃO
A
humanidade prepara o funeral
Há uma
imensidão mortalha
Um manto
azul de silêncio sepulcral
A
crueldade ignóbil carnal
A
desumanidade sem que o valha
O grito
horrendo descomunal
Do poema
a sepultar
No pranto
do mar
Húmido
caixão
Desilusão
No areal
cirios infanticidas
Farpas da
vergonha de uma nação
Lágrimas
fundeadas de tantas vidas
Que fogem
à morte por compaixão
Do caos
espalhado nas areias da Turquia
Ei-lo o
menino de sua mãe
A quem o
poeta deu colo um dia
E que
agora o verso dá colo também
E de
lágrimas a correr o mundo
O grito
por tal insanidade
Imenso intenso
apenso profundo
A esta
grave desilusão da humanidade
Dando à
costa a única verdade
...
musa
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