sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SÊ POESIA

“Sê poesia então, somente!
Como se não fosses Deusa,
E te tivesses, surpreendentemente,
Diluído numa multidão cinzenta e chã...
A tua vastidão não é só construída de palavras...
A tua grandeza reside no imenso coração que te habita...
Beijo-te... Sempre...
A."

Pássaro da límpida manhã
Não sei se me entendes
Nesta inquietude malsã
Se fazes de mim imenso vazio
Se de mim te distâncias ou estendes
Se és mar lágrimas chuva ou rio
Preenchido das coisas mais densas
Das mais compactas ou extensas
Ou dos silêncios mais gritantes
No espesso deambular
Dos instantes
Do meu olhar
Por um fio
A vida se destrói dentro de mim
Desmorona o seu altar ou prece
No golpe mais profundo que se tece
Tombam as palavras em seu fim
Esgotado coração de tanto bater
Tambor de choro e desilusão
Porque a vida não é somente prazer
Quando nos sabe melhor viver
Longe de tudo de todos da multidão
Que sufoca de silêncio o peito
E a vida nos tem desse jeito
Em surpreendida solidão
Vagas por morrer
...

musa

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