segunda-feira, 31 de agosto de 2015

REGRESSO

" Voltei, e foi bom ler as palavras que me foste deixando...
Mergulho as minhas mãos nessa fonte pura que me deixaste
E cheias dessa água fresca e doce, abro-as sobre o meu rosto.
Lavo assim a alma, torno-me o rio que evocas.
Ficaram, lá longe, os desertos...
Saboreio essa tua humidade,
Escondida,
Secreta,
Íntima...
Invado o espaço que entre as tuas coxas se abre...
Preencho-te. Inundo-te,
Torrente de rio que regressa
À origem (do mundo)...
A."

REGRESSO

Quando regressas de paragens cheio de luz
E trazes no olhar o longe dessas viagens
Há na tua boca uma história que me seduz
Feita de desertos vales montes rios margens
Cais onde te espero pela palavra que me conduz
A tantos versos a tantas palavras a tantas miragens
E um desejo de te mostrar na intimidade esse mundo
Cheio de luminosas cores sons cheiros deslumbrantes paisagens
E um sossego trémulo em ilusão e cúmplice desassossego profundo
A torrente do rio aonde enfim regressas para silencioso fundear
Tanto amor e vontade em doce humidade do sal do olhar
O brilho acesso dos olhos húmidos de espera e sentido
E brindas lábios com a âncora do querer
Um breve e delével gemido
Onde há tanto prazer
..
musa

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